Lagoena - O portal dos Desejos || Resenha
Escrito por Miaka Freitas - quinta-feira, dezembro 10, 2015
Estou devendo essa resenha a séculos para Laisa Couto e
preciso pedir desculpas para ela
publicamente. Enrolei nessa resenha por quase um ano, mas agora quis fazer uma
matéria mais caprichada de um tanto que tive com a experiência de ler esse
livro. Laisa, me desculpe pelo atraso na resenha, mas espero que essa postagem
seja mais que uma simples resenha de uma crítica amadora. Espero que goste como
eu amei esse livro e que te deixe sem reação e palavras, como seu livro me
deixou após o termino da leitura.
Não consegui colocar em palavras o que pensei e senti com a
leitura de Lagoena, não consegui escrever sobre ele por algumas semanas. Foi
exaustivo, mas de um modo bom. Achava que nada que eu pudesse escrever nessa
resenha transmitiria o todo que esse livro me passou. Para uma escritora em
inicio de carreira, sua narrativa é amadurecida e rica de detalhes, sem pesar
na mão e deixar cansativo, nada disso, é como se as letras saltassem das
páginas e você pudesse mergulhar na história.
Lagoena é um mundo mágico acessado por um portal. E o
que mais me atraiu foi a gama de criaturas mágicas existentes nele
(posteriormente estarei falando mais deles aqui nesse texto). A diversidade de
povos neste mundo é fascinante e um super atrativo para qualquer leitor de
fantasia.
LAGOENA E O PAÍS DAS
MARAVILHAS
O livro é curioso. A primeira vista essa obra tem elementos
que remetem a outras obras do gênero (Harry Potter, Nárnia, Senhor dos Anéis...
etc). Mas atenção, quando falo que lembram, não digo necessariamente - e nem
estou acusando - que é um plágio/cópia de outras obras, não tenhamos esse
equivoco aqui, são significantes diferentes.
Mas o que me lembrou e me deu vontade de escrever mais que
uma simples resenha de "gostei/não gostei" foi o paralelo que minha
mente formou ao longo da narrativa: Lagoena é um novo País das Maravilhas.
Uma garota que encontra uma nova "toca do coelho"
e vai para um lugar mágico e totalmente diferente do mundo que conhece
anteriormente.
Apesar da nossa protagonista, a Rheita, não seguir
necessariamente um coelho branco para prosseguir e evoluir na narrativa, ela
tem uma missão que serve perfeitamente a alusão do coelho atrasado: a busca
pelas chaves mágicas. Missão a qual a leva para vários cantos de Lagoena e tem
contato com moradores diferentes.
O estopim para tão alusão foi conhecer a Élefha, uma fada da
floresta (que imaginei como uma variação da fada azul de Picchonio), mas que
lembrou o personagem importante da trama de Alice que é a Lagarta Azul. Uma
criatura impar - dentre as várias criaturas impares que tem no País das
Maravilhas - que guarda mistérios e ajuda a Alice quando a mesma está perdida.
Parecido com o elemento "Deus Ex Machina" - que a propósito é muito
utilizado no livro para remediar uma situação que parece perdida para os
protagonistas.
A criação de um mundo fantástico com criaturas diferente e
falantes me faz dizer que Lagoena, assim como Alice no País das Maravilhas, é
uma literatura juvenil que atrairá adultos também.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sobre a utilização do recurso de "Deus Ex
Machina", citado anteriormente nessa matéria, é preciso várias vezes a
introdução desse elemento para a construção de narrativa linear.
Sinto que Lagoena é uma colcha de retalhos com várias
passagens destoantes entre si. A história se utiliza de várias criaturas
fantásticas e duas me chamaram atenção por parecerem homenagem a duas outras
presente no folclore brasileiro. O Guri, guardião da floresta, um garoto ruivo
e com os pés virados para trás é uma lembrança ao Currupira, cujo menino é
traquino, protetor da fauna e flora, com pés virados para confundir os
caçadores. E há também a Serpente de Fogo, que apesar de ficar no ouro como o
dragão Smaug de Hobbit, na verdade lembra o Boitatá, lenda muito conhecida no
Norte e Nordeste, por ser uma cobra de fogo mágico, que enlouquece quem encara
seus olhos vermelhos.
A narrativa é linear, sem reviravoltas complexas, que a cada
capitulo (praticamente) é amarradinho em inicio, meio e fim. São curtos. O que
mais me atraiu é a riqueza da escrita e ambientação. É bem detalhado, a autora
é uma escritora de mão cheia e tem uma bagagem e talento que poucos em inicio
de carreira demonstram em suas histórias. É caracterizado como um romance
juvenil, mas com certeza é transcende a faixa etária.
1 recados
Oi, Miaka,
ResponderExcluirDesculpas aceitas. Haha
Agradeço a atenção que deu para escrever uma resenha onde a crítica tivesse coerência.
Fico contente por ter apreciado a leitura, por ter se permitido atravessar a porta e descoberto
os verdadeiros tesouros escondidos em Lagoena.
Abraços,
Att.,
Laísa Couto
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